quinta-feira, outubro 11, 2007

Sensibilidade...

Cantar, para além de poder ser um hobby, passa também por ser um escape, uma forma de nos abstrairmos do dia a dia, daquilo a que muitos chamam a doença do século...
Mas para se atingir esse ponto é necessário muito mais que simples vontade, é necessário sensibilidade e essa sensibilidade ou se tem ou não se tem, não acredito que se adquira com prática ou com o passar dos anos.
É fácil cantarmos afinados, basta ter um pouco de "ouvido", um pouco de atenção e já está. Agora, o sentir a música, o sentir onde estamos errados e porque razão, o deixarmo-nos levar pela melodia e pela a harmonia e não tentarmos adaptá-la a nós e à nossa forma de cantar, é bastante diferente. Não quero dizer com isto que é obrigatório mantermo-nos fiéis ao original, longe de mim tal ignorância! Mas é aqui que entra a tal sensibilidade, o sentir a música de tal forma que esta passa a fazer parte de nós e só então podemos usar e abusar dela, até lá somos meros executantes, mas isso não quer dizer que sejamos excelentes músicos...
Num coro a situação é bem mais simples, pois existe um maestro, um regente, alguém em quem todos confiam e que nos indica qual o caminho a seguir, qual a melhor forma de executar na perfeição esta ou aquela peça. Esta relação tem de ser da maior confiança, temos de perceber os sinais, temos de deixar transparecer tudo aquilo que nos é pedido, temos de confiar ao máximo na sensibilidade dessa pessoa pois é ela quem nos comanda, quem nos dá as directrizes para a melhor performance. Também aqui a sensibilidade é essencial, pois se quem está à nossa frente não a tiver, dificilmente nós conseguiremos executar da melhor forma.
Sensibilidade e bom senso...
Cair no ridículo não é bom, ser-se arrogante muito menos, podemos ganhar na forma de estar, na forma de sentir, no sorriso imposto, na vontade de queremos dar sempre mais até a voz assim o permitir. Os anos passam e a voz vai tendo o seu desgaste portanto estamos na altura de dar tudo por tudo para que os momentos que passamos a cantar sejam de facto momentos únicos, momentos de uma grande paz interior para que quem ouça se sinta da mesma forma que nós e pode ser que eu me engane ( assim o espero ), e que mais cedo ou mais tarde, sejamos todos invadidos por esta sensibilidade.

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